Imagem de Rosto da UC Didática da Geografia na Plataforma Moodle |
É chegado o momento de efetuar
uma reflexão final a propósito da Unidade Curricular (UC) de Didática da
Geografia. Não estarei a exagerar se disser que esta foi uma das UC´s que mais
gostei de frequentar ao longo deste primeiro semestre do Mestrado em Ensino de
Geografia. Na minha opinião, em Didática da Geografia foram abordados vários
temas, qualquer um deles com especial relevância quando pensamos na futura
prática profissional de aspirantes a professores de Geografia.
Tudo começou com a Carta Internacional da Educação Geográfica, documento de base, incontornável quando refletimos acerca do ensino da Geografia. Nele encontramos os desafios, as questões, os conceitos e toda uma série de aspetos que fazem o cruzamento entre a Geografia e a Educação, acabando por enquadrar aquilo que se entende por Educação Geográfica. Trata-se, a meu ver, de um documento fundamental que deve nortear a prática profissional de qualquer professor de Geografia, não devendo, por isso, ser esquecido. No fundo, penso que podemos dizer que a UC se desenvolveu em torno da chamada Geografia Escolar, noção que foi explorada e cujas especificidades nos permitem compreender questões fundamentais, como por exemplo quais devem ser as preocupações do professor ao nível do “tipo” de Geografia que vai ensinar, como é que a vai ensinar e ainda porquê ensiná-la. São questões que, na minha opinião, permitem ao professor refletir acerca da sua própria prática profissional, consciencializando-se verdadeiramente da importância da mesma. Outro dos temas que mereceu, igualmente, destaque no âmbito das sessões da UC diz respeito aos conceitos-chave em Geografia. Qualquer ciência apresenta o seu próprio corpo teórico, materializado por conjuntos de conceitos que a estruturam e que acabam por conferir-lhe a verdadeira cientificidade. A Geografia não é, naturalmente, uma exceção, sendo imprescindível que quem a queira ensinar domine os respetivos conceitos-chave. Através destes conceitos, o professor pode, inclusivamente, encontrar um canal privilegiado para chegar aos seus alunos, cativando-os para a importância e utilidade da ciência geográfica, algo que vem, a meu ver, reforçar ainda mais o papel de relevo que pode e deve ser atribuído a estes conceitos, tais como Espaço, Lugar, Território, Escala, entre muitos outros. Não existe um único método para ensinar Geografia, mas sim vários tipos de abordagens possíveis. Este foi mais um dos temas tratados, havendo oportunidade de tomar contacto com diferentes métodos, cada um com as respetivas vantagens e desvantagens e estando associados a autores que se têm debruçado sobre estas questões. A este propósito foi também destacada a importância do levantamento das ideias prévias dos alunos, algo que considero de especial importância, na medida que pode fornecer ao professor elementos que o podem ajudar a estruturar a sua própria prática no sentido de poder proporcionar experiências de aprendizagem verdadeiramente significativas para os seus alunos. De igual modo, as grandes correntes do pensamento geográfico foram abordadas, um tema igualmente importante no âmbito da Geografia Escolar, em que pode privilegiar-se uma abordagem focada na diversidade de paradigmas, algo que pode também contribuir para uma prática profissional mais rica ao nível tipo de abordagem privilegiado. Numa UC ligada às questões da didática compreende-se também uma referência aos aspetos mais relacionados com o desenvolvimento cognitivo, as várias teorias desenvolvidas por diversos autores a propósito destas temáticas, numa abordagem centrada principalmente nas implicações destes aspetos ao nível do ensino/aprendizagem da Geografia, o que considero também relevante para um futuro docente. Houve ainda espaço para as questões ligadas à organização curricular da Geografia, tomando-se contacto com documentos incontornáveis para um futuro professor de Geografia, na medida que “estruturam” o ensino desta área curricular, sendo impossível ignorá-los. A este propósito, penso que ficou patente um aspeto que considero relevante e que se prende com o facto de este tipo de documentos sofrer alterações relativamente frequentes, algo que tem acontecido ao longo do tempo e para o qual qualquer professor deve estar também preparado. Outro dos temas fundamentais, abordados em Didática da Geografia, diz respeito aos manuais escolares, instrumentos que têm tido, têm e certamente terão um papel de especial relevo quando falamos de ensino de uma maneira geral e, neste caso, ao nível da Geografia, mais particularmente. O trabalho de grupo realizado no âmbito da UC incidiu, precisamente, sobre esta temática, permitindo um tratamento mais aprofundado da mesma. Por fim, mas não menos importante, foi ainda abordada a Geografia numa perspetiva de educação para o futuro, explorando-se as ligações que podem ser estabelecidas entre a educação geográfica e algumas dimensões transversais quando falamos em educação, relacionadas por exemplo com a educação para a cidadania, a educação para o desenvolvimento sustentável e ainda a educação para o mundo tecnológico. Foram, assim, vários os temas abordados ao longo das sessões da UC de Didática da Geografia, todos eles, a meu ver, relevantes no âmbito da mesma. Ainda a este propósito gostaria de destacar o facto de a UC ter sido lecionada por dois docentes, um aspeto que considero importante, na medida que contribuiu para uma diversificação e enriquecimento da UC, de um modo geral.
Gostaria ainda de fazer
referência ao blogue que funcionou como jornal de reflexão individual em torno
da UC, um espaço onde procurei publicar os meus comentários e reflexões a
propósito de algumas leituras que fui fazendo ao longo do semestre sobre temas
que me pareceram relevantes no âmbito dos objetivos desta UC. A elaboração
deste blogue decorreu numa lógica de complemento face aos temas abordados nas
sessões e às respetivas leituras, o que, a meu ver, foi bastante positivo.