Uma atividade lúdica, didática e muito versátil |
Na última sessão de IPPI houve oportunidade para abordar
várias questões, todas elas de ordem muito prática e que podem fazer parte do
dia-a-dia de qualquer sala de aula.
Desde logo, o caderno diário foi um dos temas abordados, ou
não se tratasse de um verdadeiro “ícone” quando pensamos numa sala de aula e
cuja origem se perde no tempo. No fundo, podemos dizer que a utilização do
caderno diário acaba por refletir a própria importância conferida ao registo
escrito. Afinal, tradicionalmente, o facto de registar uma determinada
informação no caderno diário indica que essa informação é relevante. Os
próprios professores, na sua atuação, acabam por reforçar a importância deste
elemento, alertando, frequentemente, os seus alunos para a necessidade de
registarem certas informações nos respetivos cadernos diários. As
potencialidades deste instrumento de trabalho não se esgotam, porém, neste
conceção mais tradicional, muito ligada a um registo, quase em exclusivo, de
informações transmitidas pelo professor ou, eventualmente, escritas no quadro
da sala de aula. A utilização do caderno diário pode ter por base uma abordagem
mais construtivista, em que há espaço para uma maior “iniciativa” por parte do
aluno, sendo o caderno diário encarado como um portfólio, que o aluno vai
construindo e que contempla elementos diversificados. Qualquer que seja a
abordagem valorizada, não restam dúvidas quanto à relevância deste instrumento
de trabalho, não devendo ser desvalorizado pelo professor, que pode,
inclusivamente, ter no caderno diário mais um instrumento de avaliação, para
além de que este pode ser um significativo aliado para o aluno quanto à
organização do seu estudo, por exemplo.
As atividades envolvendo a análise de textos foram outro dos
temas abordados nesta sessão de IPPI. Estas são atividades que podem não ser
propriamente simples e diretas, à partida, o que pode levar a que seja
necessário muito tempo para a concretização das mesmas. Para contornar este
aspeto que, em determinadas situações, pode ser pouco vantajoso, existem
algumas estratégias que podem ser seguidas. “Categorizar” o texto pode ser uma
alternativa neste sentido. Fazer anotações à margem do texto, sublinhar
informações relevantes, dividir o texto em secções, podem ser procedimentos
fundamentais nesta primeira fase de análise de um texto. Após categorizar a
informação, há que reorganizá-la, quer através de sínteses, quer recorrendo a
outros elementos, como quadros, gráficos, esquemas, entre outros. Os esquemas
podem ser particularmente relevantes a este propósito, sendo frequentemente
utilizados. Estes esquemas podem, inclusivamente, ser iniciados pelo professor,
algo que pode apoiar o aluno num primeiro contacto com os mesmos. Em traços
gerais, apostar nestas tarefas de categorização e reorganização da informação é
algo que pode fazer a diferença no sucesso de uma atividade que envolva a
análise de um texto, já que pode contribuir para a apropriação, por parte dos
alunos, das ideias fundamentais apresentadas no mesmo texto, podendo estes, a
partir daí, organizar estas ideias de uma forma mais autónoma, tornando-as, consequentemente,
mais compreensíveis para si mesmo.
A partir desta base, são inúmeras as atividades possíveis,
podendo assumir diferentes “roupagens”, entre as quais está, até, uma banda
desenhada em branco, a qual pode ser completada tendo temas e documentos de
base muito diversos. Esta é, de resto, uma atividade exigente para aluno,
apelando a níveis cognitivos mais elevados.
Mais uma síntese crítica bem redigida.
ResponderEliminarAinda sobre o caderno diário desenvolvido numa perspetiva construtivista, ele deve incorporar textos e outras fontes de informação que o aluno vai recolhendo. Por outro lado, para além de se apelar a uma boa organização do mesmo (aulas bem individualizadas, glossário...), deve haver uma boa categorização da informação, de forma a facilitar o próprio trabalho do aluno (exemplo: utilizar um mesmo símbolo para identificar um trabalho para casa). No fundo, há uma revalorização do caderno diário, quando se valoriza o trabalho do aluno.
As atividades de transposição de informação para formas mais simples são fundamentalmente de compreensão. No entanto, como no caso da banda desenhada que surge no blogue, poderemos ter níveis mais elevados, como a síntese.