Os professores constituem o mais importante recurso em educação. Devido a este facto e à complexidade dos estudos geográficos, são essenciais professores especialistas possuidores de uma adequada formação profissional.
Carta Internacional da Educação Geográfica

sábado, 4 de junho de 2016

Uma panóplia de atividades

Uma atividade lúdica, didática e muito versátil

Na última sessão de IPPI houve oportunidade para abordar várias questões, todas elas de ordem muito prática e que podem fazer parte do dia-a-dia de qualquer sala de aula.

Desde logo, o caderno diário foi um dos temas abordados, ou não se tratasse de um verdadeiro “ícone” quando pensamos numa sala de aula e cuja origem se perde no tempo. No fundo, podemos dizer que a utilização do caderno diário acaba por refletir a própria importância conferida ao registo escrito. Afinal, tradicionalmente, o facto de registar uma determinada informação no caderno diário indica que essa informação é relevante. Os próprios professores, na sua atuação, acabam por reforçar a importância deste elemento, alertando, frequentemente, os seus alunos para a necessidade de registarem certas informações nos respetivos cadernos diários. As potencialidades deste instrumento de trabalho não se esgotam, porém, neste conceção mais tradicional, muito ligada a um registo, quase em exclusivo, de informações transmitidas pelo professor ou, eventualmente, escritas no quadro da sala de aula. A utilização do caderno diário pode ter por base uma abordagem mais construtivista, em que há espaço para uma maior “iniciativa” por parte do aluno, sendo o caderno diário encarado como um portfólio, que o aluno vai construindo e que contempla elementos diversificados. Qualquer que seja a abordagem valorizada, não restam dúvidas quanto à relevância deste instrumento de trabalho, não devendo ser desvalorizado pelo professor, que pode, inclusivamente, ter no caderno diário mais um instrumento de avaliação, para além de que este pode ser um significativo aliado para o aluno quanto à organização do seu estudo, por exemplo.

As atividades envolvendo a análise de textos foram outro dos temas abordados nesta sessão de IPPI. Estas são atividades que podem não ser propriamente simples e diretas, à partida, o que pode levar a que seja necessário muito tempo para a concretização das mesmas. Para contornar este aspeto que, em determinadas situações, pode ser pouco vantajoso, existem algumas estratégias que podem ser seguidas. “Categorizar” o texto pode ser uma alternativa neste sentido. Fazer anotações à margem do texto, sublinhar informações relevantes, dividir o texto em secções, podem ser procedimentos fundamentais nesta primeira fase de análise de um texto. Após categorizar a informação, há que reorganizá-la, quer através de sínteses, quer recorrendo a outros elementos, como quadros, gráficos, esquemas, entre outros. Os esquemas podem ser particularmente relevantes a este propósito, sendo frequentemente utilizados. Estes esquemas podem, inclusivamente, ser iniciados pelo professor, algo que pode apoiar o aluno num primeiro contacto com os mesmos. Em traços gerais, apostar nestas tarefas de categorização e reorganização da informação é algo que pode fazer a diferença no sucesso de uma atividade que envolva a análise de um texto, já que pode contribuir para a apropriação, por parte dos alunos, das ideias fundamentais apresentadas no mesmo texto, podendo estes, a partir daí, organizar estas ideias de uma forma mais autónoma, tornando-as, consequentemente, mais compreensíveis para si mesmo.   

A partir desta base, são inúmeras as atividades possíveis, podendo assumir diferentes “roupagens”, entre as quais está, até, uma banda desenhada em branco, a qual pode ser completada tendo temas e documentos de base muito diversos. Esta é, de resto, uma atividade exigente para aluno, apelando a níveis cognitivos mais elevados.

1 comentário:

  1. Mais uma síntese crítica bem redigida.
    Ainda sobre o caderno diário desenvolvido numa perspetiva construtivista, ele deve incorporar textos e outras fontes de informação que o aluno vai recolhendo. Por outro lado, para além de se apelar a uma boa organização do mesmo (aulas bem individualizadas, glossário...), deve haver uma boa categorização da informação, de forma a facilitar o próprio trabalho do aluno (exemplo: utilizar um mesmo símbolo para identificar um trabalho para casa). No fundo, há uma revalorização do caderno diário, quando se valoriza o trabalho do aluno.
    As atividades de transposição de informação para formas mais simples são fundamentalmente de compreensão. No entanto, como no caso da banda desenhada que surge no blogue, poderemos ter níveis mais elevados, como a síntese.

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