Os professores constituem o mais importante recurso em educação. Devido a este facto e à complexidade dos estudos geográficos, são essenciais professores especialistas possuidores de uma adequada formação profissional.
Carta Internacional da Educação Geográfica

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A ficha de autoavaliação-orientação: mais um instrumento a ter em conta

Uma ficha de autoavaliação-orientação aplicada ao trabalho final de MEG

Na décima terceira sessão de MEG houve oportunidade para tomar contacto com mais um instrumento cuja utilidade é, a meu ver, inegável. Falo das fichas de autoavaliação-orientação, as quais acabam por assumir um cariz de listas de verificação. Estas fichas têm a grande vantagem de permitirem orientar o aluno na realização de uma determinada tarefa. No fundo, ao efetuar a verificação de todos os elementos contemplados na ficha, o aluno vai percebendo quais são os aspetos que necessita de melhorar, no seu trabalho. Na sequência da elaboração de um mapa, por exemplo, uma possível ficha de autoavaliação-orientação seria:

Uma ficha de autoavaliação-orientação aplicada à elaboração de um mapa

No fundo, podemos dizer que as fichas de autoavaliação-orientação podem contribuir para uma clarificação dos critérios de avaliação associados a determinada tarefa, o que atesta a sua relevância em termos didáticos.

Nesta sessão de MEG, houve ainda oportunidade para abordar o tema dos manuais escolares, instrumentos decisivos no acesso à educação, por parte da população. A importância destes manuais tem motivado, inclusivamente, uma valorização dos mesmos por parte de organismos como a UNESCO, sendo que o manual escolar pode ser visto como um instrumento de efetiva democratização do ensino. Foram vários os aspetos debatidos a propósito deste tema, nomeadamente um conjunto de elementos que favorecem a autonomia do aluno na utilização do manual, algo que pode ser visto como um importante indicador da qualidade do mesmo. É, assim, importante que exista um índice desenvolvido, logo no início do manual, bem como uma explicação da organização do mesmo. A utilização de cores diferentes nos cantos exteriores pode, também, ser útil, na medida que pode ajudar o aluno na identificação das páginas relativas a cada tema. De igual modo, é fundamental que exista uma organização clara em termos de títulos e subtítulos, algo que também ajuda na localização da informação. Para além destes aspetos, a existência de um glossário, no final do manual, pode igualmente ser útil, fornecendo um conjunto de noções importantes, compiladas numa mesma secção do manual. Quanto à numeração das páginas, esta deve surgir no canto superior externo, já que, quando abrimos um livro, tendencialmente olhamos em primeiro lugar para o topo da página e não para o final. Ainda a propósito dos manuais escolares e tendo em conta a obra “Conception et production des manuels scolaires”, de François Richaudeau, foram apontados mais alguns aspetos importantes quanto a este tema, nomeadamente a aposta em frases curtas, com espaços em branco a separar os blocos de texto, algo que pode facilitar a própria leitura das informações presentes nos manuais. De igual modo, é importante respeitar uma organização das páginas em que o texto surja à esquerda e as imagens, esquemas e tabelas sejam apresentados à direita, algo que está de acordo com a própria direção em que é efetuada a leitura/análise. Quando existem tabelas com listas de países, é importante que o país dos alunos apareça em primeiro lugar, procurando dar-se destaque à realidade que é mais próxima dos alunos. Outro aspeto importante diz respeito à inclusão de desenhos. Estes permitem destacar as aspeto que são realmente importantes, o que contribui para a sua riqueza em termos de informação, sendo, igualmente, um importante indicador da qualidade didática de um manual.

Em suma, nesta sessão de MEG foi possível refletir a propósito de mais dois temas importantes no âmbito da prática de qualquer professor.

1 comentário:

  1. Na sequência do que refere, as fichas de autoavaliação/orientação materializam um paradigma diferente, em termos de avaliação: a correção desta não reside na objetividade da pergunta, como na clarificação dos critérios de a ser observados pelo aluno na construção da sua atividade. Foi elaborada uma matriz de orientação/autoavaliação para o trabalho individual de MEG. Uma excelente síntese relativa aso principais aspetos relativos ao manual escolar.

    ResponderEliminar