Os professores constituem o mais importante recurso em educação. Devido a este facto e à complexidade dos estudos geográficos, são essenciais professores especialistas possuidores de uma adequada formação profissional.
Carta Internacional da Educação Geográfica

domingo, 10 de abril de 2016

Fichas de Trabalho - instrumentos multifacetados

Exemplo de cabeçalho para uma ficha de trabalho

Não existem grandes dúvidas quanto à presença e relevância das fichas de trabalho quando pensamos na realidade de uma aula. É, então, importante que qualquer professor tenha a consciência disto mesmo, explorando todas as potencialidades que estes instrumentos podem apresentar em contexto de sala de aula. Este foi, precisamente, o tema em torno do qual se desenrolou a sétima sessão de MEG.

As fichas de trabalho podem cumprir diferentes funções. Desde logo, podem servir para materializar atividades de consolidação de conhecimentos, para além de poderem também funcionar como instrumentos de estudo, bem como assumir o carácter de instrumentos de avaliação. A riqueza destes instrumentos motiva, assim, uma reflexão em torno dos elementos que não devem faltar numa ficha de trabalho, para que esta seja um instrumento verdadeiramente útil. Uma boa ficha de trabalho incluirá, então, a identificação da escola, bem como a disciplina correspondente, o nível de escolaridade respetivo e ainda a data de realização. É também fundamental que qualquer ficha de trabalho inclua sempre um espaço para que o aluno escreva a seu nome. Este pormenor, que à primeira vista poderia parecer irrelevante, poderá fazer toda a diferença no modo como o aluno vai encarar a própria ficha de trabalho. A colocação do nome na ficha introduzirá um maior sentimento de pertença, um cariz mais pessoal e até uma maior responsabilidade do aluno face àquele instrumento. É igualmente importante que o próprio professor, autor da ficha de trabalho, coloque o seu nome na mesma. Tal contribuirá para uma maior valorização da mesma ficha, enquanto instrumento de trabalho a ter em conta. Numa ficha de trabalho deve ainda ser claro o tema respetivo, bem como os objetivos associados, aspetos que facilitarão um enquadramento e justificação da realização da mesma ficha. De igual modo, uma introdução com algumas “instruções” relativas à resolução da ficha pode ser relevante, na medida em que pode fornecer informações úteis para uma adequada exploração da ficha de trabalho enquanto instrumento didático.

Uma ficha de trabalho não o é verdadeiramente sem contemplar perguntas/atividades, devendo este aspeto merecer uma especial atenção. Na ficha deve, assim, haver espaço para perguntas/atividades de natureza diversificada, quer quanto ao seu tipo, quer quanto ao grau de dificuldade associado. Relativamente a este último aspeto, naturalmente fará sentido começar por questões de resolução mais fácil, introduzindo gradualmente um grau de complexidade maior nas questões seguintes. Este aspeto pode, até, funcionar como motivação para aluno, contribuindo para que este se interesse pela ficha de trabalho e sinta que está a conseguir atingir os objetivos da mesma. Esta progressão não pode, no entanto, ser encarada de uma forma rígida, uma vez que não podemos esquecer que há uma ordem inerente aos próprios assuntos abordados na ficha de trabalho, ordem esta que não pode deixar de estar presente, a bem da coerência da própria ficha.

Nem só de perguntas se forma uma ficha de trabalho e é também fundamental que seja incluída documentação de base, a ser explorada com a realização da mesma ficha. Esta documentação pode passar por textos, imagens, entre outros elementos, algo que a tornará num instrumento mais rico do ponto de vista didático. Esta diversidade pode, até, contemplar uma mobilização de outros recursos, nomeadamente o manual escolar, ou seja, uma articulação entre a ficha de trabalho e o manual escolar pode revelar-se uma mais-valia, até porque pode contribuir também para introduzir uma motivação suplementar associada à realização da ficha de trabalho. No fundo, está subjacente a ideia de que uma ficha de trabalho deve ser encarada como um instrumento com potencialidades que vão mais além do que um mero questionário. A diversidade inerente às fichas de trabalho remete-nos para um outro aspeto que deve ser tido em conta, relacionado com a forma como os vários elementos que constituem estas fichas são apresentados. Por outras palavras, importa assegurar que é clara a distinção entre o que é informação de base e o que são perguntas/atividades.


A ficha de trabalho é, assim, um importante instrumento, com várias particularidades, que não pode ser elaborado de uma forma aleatória, sob pena de não constituir um instrumento verdadeiramente útil e valioso do ponto de vista didático.

1 comentário:

  1. Uma boa síntese! Na realidade, a ficha de trabalho assume várias funções, em simultâneo, na sequência do que é referido. É muito um instrumento de caráter formativo. Nrmalmente, os alunso tem mas sucesso quando resolvem fichas de trabalho.

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