Os professores constituem o mais importante recurso em educação. Devido a este facto e à complexidade dos estudos geográficos, são essenciais professores especialistas possuidores de uma adequada formação profissional.
Carta Internacional da Educação Geográfica

segunda-feira, 21 de março de 2016

Da Reorganização Curricular de 2001 aos nossos dias

Orientações Curriculares de Geografia para o 3º Ciclo - Temas

Na quarta sessão de MEG, continuou a “viagem” pelo caminho percorrido na afirmação da Geografia e do seu ensino em Portugal, desta vez a partir da Reorganização Curricular de 2001 e até aos nossos dias.

Seria impossível falar da evolução do ensino da Geografia em Portugal sem fazer referência à Reorganização Curricular de 2001. Não esqueçamos que a Geografia foi, precisamente, uma das disciplinas que conheceu mais alterações ao nível dos respetivos programas, no âmbito da referida reorganização. O modelo desta reforma é claramente de inspiração americana, contemplando um ensino com ênfase numa componente mais prática. Nos anos noventa do século passado, a Europa reconheceu que a razão da prosperidade vivida pelos Estados Unidos da América passava pela eficácia do seu sistema de ensino, com uma vocação claramente prática. É neste seguimento que surge a Declaração de Lisboa, de 2000, voltada, precisamente, para o desenvolvimento estratégico da União Europeia. É também nesta sequência que acaba por surgir a Reorganização Curricular de 2001, apologista de um ensino por competências, numa valorização da componente de aplicação. No caso concreto da Geografia, esta reorganização significou uma verdadeira rutura com o modelo anterior. Sob o lema “À descoberta de Portugal, da Europa e do Mundo”, assiste-se, por exemplo, a uma recuperação da matriz nacional, completamente ausente na anterior organização. No documento onde estão presentes as orientações curriculares para a disciplina de Geografia, fica clara esta valorização de um ensino mais prático. O referido documento é dominado por “experiências educativas”, claramente valorizadas, ao contrário do que acontece com os conteúdos, que acabam por ficar “encobertos”. A história continua com a tentativa de implementação das chamadas Metas de Aprendizagem, algo que acabou por não se concretizar, chegando-se às atuais Metas Curriculares, de 2013, através das quais se assistiu a um “regresso em força” dos conteúdos, novamente valorizados.


O caminho não termina aqui e, no futuro, com toda a certeza mais aspetos relacionados com a evolução do ensino da Geografia em Portugal merecerão análise e reflexão… 

2 comentários:

  1. Ricardo, muito bem. No entanto, não se pode afirmar que a Reorganização Curricular de 2001 teve "inspiração americana", apesar de as preocupações que revela estarem diretamente relacionadas com o crescente sucesso económico dos EUA. O ensino por competências estão, entretanto, diretamente relacionadas com a tradição do ensino no ensino profissional.
    Sérgio Claudino

    ResponderEliminar
  2. Ricardo, muito bem. No entanto, não se pode afirmar que a Reorganização Curricular de 2001 teve "inspiração americana", apesar de as preocupações que revela estarem diretamente relacionadas com o crescente sucesso económico dos EUA. O ensino por competências estão, entretanto, diretamente relacionadas com a tradição do ensino no ensino profissional.
    Sérgio Claudino

    ResponderEliminar