Uma ficha de autoavaliação-orientação aplicada ao trabalho final de MEG |
Na décima terceira sessão de MEG houve oportunidade para
tomar contacto com mais um instrumento cuja utilidade é, a meu ver, inegável.
Falo das fichas de autoavaliação-orientação, as quais acabam por assumir um
cariz de listas de verificação. Estas fichas têm a grande vantagem de
permitirem orientar o aluno na realização de uma determinada tarefa. No fundo,
ao efetuar a verificação de todos os elementos contemplados na ficha, o aluno
vai percebendo quais são os aspetos que necessita de melhorar, no seu trabalho.
Na sequência da elaboração de um mapa, por exemplo, uma possível ficha de
autoavaliação-orientação seria:
Uma ficha de autoavaliação-orientação aplicada à elaboração de um mapa |
No fundo, podemos dizer que as fichas de
autoavaliação-orientação podem contribuir para uma clarificação dos critérios
de avaliação associados a determinada tarefa, o que atesta a sua relevância em
termos didáticos.
Nesta sessão de MEG, houve ainda oportunidade para abordar o
tema dos manuais escolares, instrumentos decisivos no acesso à educação, por
parte da população. A importância destes manuais tem motivado, inclusivamente,
uma valorização dos mesmos por parte de organismos como a UNESCO, sendo que o
manual escolar pode ser visto como um instrumento de efetiva democratização do
ensino. Foram vários os aspetos debatidos a propósito deste tema, nomeadamente
um conjunto de elementos que favorecem a autonomia do aluno na utilização do
manual, algo que pode ser visto como um importante indicador da qualidade do
mesmo. É, assim, importante que exista um índice desenvolvido, logo no início
do manual, bem como uma explicação da organização do mesmo. A utilização de
cores diferentes nos cantos exteriores pode, também, ser útil, na medida que
pode ajudar o aluno na identificação das páginas relativas a cada tema. De
igual modo, é fundamental que exista uma organização clara em termos de títulos
e subtítulos, algo que também ajuda na localização da informação. Para além
destes aspetos, a existência de um glossário, no final do manual, pode igualmente
ser útil, fornecendo um conjunto de noções importantes, compiladas numa mesma
secção do manual. Quanto à numeração das páginas, esta deve surgir no canto
superior externo, já que, quando abrimos um livro, tendencialmente olhamos em
primeiro lugar para o topo da página e não para o final. Ainda a propósito dos
manuais escolares e tendo em conta a obra “Conception et production des manuels
scolaires”, de François Richaudeau, foram apontados mais alguns aspetos
importantes quanto a este tema, nomeadamente a aposta em frases curtas, com
espaços em branco a separar os blocos de texto, algo que pode facilitar a
própria leitura das informações presentes nos manuais. De igual modo, é
importante respeitar uma organização das páginas em que o texto surja à esquerda
e as imagens, esquemas e tabelas sejam apresentados à direita, algo que está de
acordo com a própria direção em que é efetuada a leitura/análise. Quando existem
tabelas com listas de países, é importante que o país dos alunos apareça em
primeiro lugar, procurando dar-se destaque à realidade que é mais próxima dos
alunos. Outro aspeto importante diz respeito à inclusão de desenhos. Estes
permitem destacar as aspeto que são realmente importantes, o que contribui para
a sua riqueza em termos de informação, sendo, igualmente, um importante
indicador da qualidade didática de um manual.
Em suma, nesta sessão de MEG foi possível refletir a
propósito de mais dois temas importantes no âmbito da prática de qualquer
professor.