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Carta Internacional da Educação Geográfica

domingo, 15 de maio de 2016

As perguntas no teste de avaliação: um tema que nunca é demais explorar


O tema da elaboração de questões no âmbito de um teste de avaliação, tal como já ficou patente em reflexões anteriores, assume um papel de especial relevo quando pensamos em prática letiva. A décima primeira sessão de MEG retomou, precisamente, este tema, mais concretamente ao nível dos grandes tipos de questões que podem fazer parte de um teste de avaliação.

Desde logo, podemos fazer uma distinção entre dois grandes grupos de questões. Por um lado, encontramos as perguntas de produção de texto e, por outro lado, as chamadas perguntas objetivas. Relativamente ao primeiro grupo, um teste de avaliação pode contemplar perguntas de produção de texto, cuja resposta seja fechada, mais curta, acabando por se aproximar das perguntas consideradas objetivas. Um exemplo de uma questão com estas características é: “qual a capital de França?”, pergunta que não deixa de ser de produção de texto, ainda que pressupondo uma resposta relativamente curta, fechada e objetiva. Apesar de este tipo de situações ser possível e acontecer, na verdade as perguntas de produção texto estão, muitas vezes, associadas a respostas mais abertas e, por conseguinte, mais longas. Estas são perguntas que apelam a níveis cognitivos mais elevados por parte dos alunos, estimulando a criatividade destes, ao mesmo tempo que contribuem para o desenvolvimento das suas capacidades de comunicação escrita. Nestas perguntas há margem para a existência de critérios mais abrangentes, sendo a componente de subjectividade também maior. No fundo, podemos dizer que, neste tipo de perguntas, a probabilidade de o aluno obter cotação zero na sua resposta, assim como de obter a cotação máxima possível é substancialmente menor. Esta subjectividade inerente pode ser vista como um ponto positivo acerca destas questões, no entanto pode também ser encarada como uma dificuldade, nomeadamente aquando da correção das respostas a estas perguntas, por parte do professor. Inevitavelmente, tendo em conta todos estes aspetos, compreende-se que esta correcção requeira também mais tempo para a sua concretização. Ainda relativamente à construção de questões de produção de texto, existe um conjunto de outros aspectos que devem ser tidos em conta, para que se obtenham perguntas efetivamente bem formuladas. Desde logo, é importante não esquecer que os alunos necessitam de mais tempo para a resposta a estas perguntas, devendo este aspeto ter influência no número total de questões que compõem o teste de avaliação. É também importante que estas perguntas se iniciem pelo verbo que indica a ação que é suposto ser realizada, o que torna a questão mais clara para o aluno, atendendo a que se pretende que o mesmo se concentre apenas na concretização da acção solicitada, não se “dispersando” na sua resposta. Para além disto, uma questão desta natureza deve avaliar apenas um único objetivo, ou seja, uma mesma pergunta não deve implicar uma descrição e uma justificação, por exemplo. A este propósito, importa ainda delimitar/orientar a resposta, identificando alguns aspetos que o aluno deve ter em conta na sua elaboração. Este aspeto faz particular sentido em perguntas que impliquem um comentário, por exemplo.

Em relação às perguntas objetivas, estas apelam a conhecimentos factuais e, por conseguinte, a níveis cognitivos mais baixos. Uma das grandes vantagens normalmente associadas a este tipo de questões diz respeito à sua correção, que é bastante mais rápida comparativamente, por exemplo, com as perguntas de produção de texto, de resposta aberta. As perguntas objetivas podem assumir diferentes formatos, como por exemplo itens de seriação ou ordenação, mais concretamente através da definição de ordens e sequências. Neste grande grupo de perguntas, encontramos ainda itens de completamento ou preenchimento de lacunas, formato de questão em que é importante que existam mais palavras-chave do que espaços em branco, para prevenir eventuais respostas puramente aleatórias por parte dos alunos, sendo também importante que estes espaços em branco apresentem todos a mesma dimensão. Estas são, de resto, perguntas cuja construção não é propriamente simples e direta. Outro dos formatos de pergunta neste âmbito consiste nos itens de associação ou correspondência. A propósito destas questões, importa que seja claro, no enunciado das mesmas, a forma como estas devem ser resolvidas, para além de que, entre ambas as colunas, deve haver uma diferença entre o número de itens, na ordem dos 50%, mais uma vez para prevenir possíveis respostas aleatórias por parte dos alunos.


Não restam dúvidas de que há muito a dizer a propósito das questões que podem integrar um teste de avaliação, sendo que a importância deste tema justifica uma análise aprofundada em torno do mesmo. 

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