Uma visão da Aula Magna durante a Sessão Plenária |
O autor deste blogue "entre a multidão" |
No passado dia 26 de abril, a convite da Professora Fátima
Capelo, uma das minhas orientadoras cooperantes em IPPI, tive a oportunidade de
participar no Seminário Nacional do Projeto “Nós Propomos”, que decorreu no
IGOT e na Aula Magna da Universidade de Lisboa. Esta foi, para mim, uma
experiência duplamente enriquecedora, já que, para além de me possibilitar um
contacto mais próximo com o projeto em questão, permitiu-me também experienciar
uma realidade inerente à prática profissional de qualquer professor de
Geografia - a visita de estudo.
Ao acompanhar a Professora Fátima Capelo, juntamente com a
sua turma participante no projeto, pude ter contacto com a realidade com que se
depara um professor ao participar numa visita de estudo. Reunir todos os alunos
antes da partida, contornar a questão dos atrasos, assegurar que o grupo se
mantém “debaixo de olho” são preocupações que qualquer professor vai vivenciar
e para as quais deve estar preparado quanto participa numa visita de estudo. De
acordo com esta perspetiva, considero que esta experiência foi muito importante
no âmbito do meu percurso formativo. Sendo a visita de estudo algo com uma
particular relevância, particularmente no caso da Geografia, uma adequada
preparação em termos de formação docente não é, a meu ver, algo a desvalorizar,
antes pelo contrário. Nada como participar, in
loco, numa atividade deste género para efetivamente se consciencializar da
forma como tudo se processa.
Quanto ao projeto “Nós Propomos” não é demais elogiar a sua
vertente de promoção de uma cidadania responsável junto dos jovens estudantes,
adultos de amanhã. Durante toda a manhã, alunos de vários pontos do país
tiveram oportunidade de apresentar os seus projetos, algo que, a meu ver, foi
duplamente importante, uma vez que, para além da promoção da cidadania
responsável juntos destes alunos (algo presente na base de todos os projetos),
contribuiu também para um desenvolvimento das próprias competências
comunicativas destes alunos, algo que, sem dúvida, será muito útil no seu futuro.
Para além destas duas vertentes, não podemos também esquecer que a participação
dos estudantes neste tipo de iniciativas promove ainda competências como a
responsabilidade e a autonomia, igualmente fundamentais no âmbito do seu
processo formativo. Pessoalmente, tive oportunidade de assistir a duas das
sessões de apresentação de projetos, no âmbito das quais fiquei a conhecer
propostas indiscutivelmente pertinentes, abrangendo temáticas muito diversas. A
reabilitação de espaços degradados como hospitais, bibliotecas, centros
comerciais, bem como de património natural, como por exemplo as salinas; a
revitalização de centros históricos; a promoção das atividades agrícolas em
áreas onde as mesmas têm ficado “esquecidas”; a aposta em equipamentos para
fins turísticos; o aproveitamento da natureza e dos espaços verdes; a
sustentabilidade ecológica. Todas estas áreas de intervenção foram contempladas
nas várias apresentações a que assisti, o que atesta a capacidade de estes
alunos identificarem problemas na sua área de residência, bem como o dinamismo
e espírito de iniciativa evidenciado pelos mesmos, ao nível da apresentação de
propostas de resolução e melhoria. Este é, a meu ver, um indicador que nos deve
deixar animados, já que constitui um sinal de que há condições para um futuro
em que uma cidadania responsável e interventiva tenha uma significativa
presença. Estes aspetos acabaram também por estar presentes nas intervenções
dos vários oradores que participaram na Sessão de Plenária do Seminário,
realizada na Aula Magna. Destas intervenções, destaco algumas ideias que, a meu
ver, foram transversais, nomeadamente o estímulo à participação dos jovens no
Poder local, o fomento de um discurso de construção, de apresentação de
propostas baseadas num ideal de intervenção responsável ao nível de cidadania,
com vista à construção de um futuro melhor. Nas palavras do Professor Diogo
Abreu, há que apostar em “cidadãos com liberdade e vontade de intervir”.
No final do dia, teve lugar a entrega de prémios aos
melhores projetos, mas arrisco-me a dizer que a grande vencedora foi mesmo a
promoção de uma cidadania responsável.
Um testemunho interessante, uma finalização pertinente!
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