As ações que o professor vai desenvolvendo na sala de aula
constituem um tema a propósito do qual muito pode ser dito. A nona sessão de
IPPI permitiu, precisamente, uma reflexão quanto a este tema.
A forma como um professor se “comporta” na sala de aula, o
tipo de ações que desenvolve consoante as várias situações com que se vai
deparando não pode, naturalmente, acontecer de uma forma puramente aleatória.
Existe, assim, um conjunto de “boas práticas”, que um professor deve ter
presente na sua prática profissional. Numa situação em que o professor
pretenda, por exemplo, que haja menos confusão e barulho na sala de aula, este
não deve criticar toda a turma “em bloco”, mas antes destacar que há alunos
atentos, que estão a ser prejudicados por outros que insistem em conversar, por
exemplo. Uma crítica “em bloco” pode ter, inclusivamente, o efeito contrário,
ou seja, levar a que toda a turma acabe por reagir “contra” o professor. A
repreensão de um aluno deve, assim, ser encarada numa lógica de o fazer sentir
que está a prejudicar os seus colegas, ao mesmo tempo que estes também se
sentem prejudicados por ele. Para controlar o ambiente da sala de aula é útil,
por exemplo, que o professor se desloque pela mesma, particularmente para junto
dos alunos mais perturbadores, dissuadindo-os quanto à continuação desta “perturbação”.
Quando se desloca pela sala, o professor deve, no entanto, ter atenção para que
este comportamento não gere ainda mais confusão, já que se este se deslocar
para o fundo da sala, por exemplo, os alunos que estão sentados nas primeiras
filas terão a tendência de se voltarem para trás, o que pode ser um eventual
foco de conversa com os colegas e gerar alguma confusão. Outro aspeto relevante
neste âmbito diz respeito aos destinatários do discurso do professor, ao longo
da aula. Há uma tendência natural para que o professor fale para quem o está a
ouvir e a prestar atenção ao que está a dizer, no entanto isto não deve levar o
professor a ignorar os restantes alunos, a bem, mais uma vez, do próprio
ambiente da sala de aula. Por fim, mas não menos importante, o professor deve
ser capaz de sorrir para os seus alunos. Não é por demonstrar um ar sisudo e
austero que necessariamente os seus alunos vão desenvolver um sentimento de
maior respeito em relação a si.
Estas são, no fundo, algumas “dicas” que um professor pode e deve ter em conta no seu dia-a-dia profissional, ainda que a “aplicação” das mesmas nem sempre seja fácil e direta.
Ricardo, uma excelente síntese do que foi abordado. Que bom seria que o que escreveu pudesse ser lido (e interiorizado") por todos os docentes!
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